Todos nós precisamos fazê-las.
Não falo das escolhas corriqueiras, mas daquelas que tem o poder de nos colocar
na encruzilhada: ou pegamos o caminho da esquerda ou o da direita. Se seguirmos
por um, não chegaremos ao lugar do outro.
Caberia a pergunta: O que nos
impulsiona para a escolha de um ou outro lado?
Esta pergunta rondou meus
pensamentos por um bom tempo. Foi com ela que surgiu o meu pequeno conto “A
escolha”.
Em nenhuma de minhas histórias
tento esvaziar com argumentações explicativas as questões que as originaram.
Muitas vezes, é exatamente o contrário. Dou apenas ferramentas para a
construção de uma solução. É como se eu construísse um caminho e levasse o leitor
a escolher entre duas direções. Para que isto aconteça, a arquitetura do texto
precisa ser solta; assim, crio portas que podem ou não serem abertas por quem
lê. É bem interessante quando recebo
comentários dos leitores. De uma mesma história, encontro ponderações que levam
a caminhos diferentes. Porque, simplesmente, os leitores escolheram caminhos
diferentes.
E o mais interessante é que eles
fazem isto de maneira intuitiva. Acredito que seja assim porque escolhemos
caminhos nos baseando na experiência que temos feito em nossa caminhada. A vida
nos prepara para aquelas encruzilhadas que falei no começo. De um jeito ou de
outro, aprendemos como fazer escolhas difíceis.
Mesmo quando você acredita que
o mundo desabou, que nada mais poderá ser feito, que pareça o fim, você
continuará caminhando. Ainda que seja para catar os cacos pelo caminho.
Entretanto, em algum momento, você perceberá que há uma possibilidade, pequena,
mas que ela existe. É neste instante que saltamos do ponto anterior de
descrédito para a resposta possível.
As possibilidades nos circundam o
tempo todo, o que nos falta é apenas a capacidade de enxergá-las... E,
capacidade, se constrói, se alimenta.
“A escolha” conta a história da
menina Luz. Fala do dia da “revelação”. Ela tem medo. O que é comum para
aqueles que se atrevem a sair da caixa que envolve o ordinário... O extraordinário é para poucos.
A Pequena Luz terá dúvidas. O que
também é normal em nossa caminhada. Em um momento especial, a mãe da menina diz:
“Não se preocupe, esta é uma sabedoria do coração e ele saberá o que fazer no
momento certo”. Para mim, isto chama-se
fé; que nada mais é do que acreditarmos, sem contestações, que nosso coração é
sábio.
Haverá momentos de alegria e você
vai se alegrar com ela.
Enfim, este breve conto vai guiá-lo
pelos caminhos de um pequeno ser que consegue questionar o adulto que somos...
Ela interrogará a pretensão que temos em acreditar somente na nossa razão; de certezas consolidadas que nem sempre são construções nossas.
Existem dentro de nós, edifícios
inteiros que nos foram impostos como verdades, mas não construções a partir de “nossas”
verdades.
A menina Luz vai chegar à
encruzilhada e como resposta à sua mãe, dirá para o leitor:
“É verdade: o coração sabe quando
as lágrimas são de alegria!”
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