quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Qual o meu jeito de contar histórias?

Não fazemos tudo da mesma forma; nós temos um jeito próprio de fazer as coisas.
Digamos que isto seja o nosso toque pessoal na realização, na construção da história que nos rodeia. Não pense que você não está influenciando no que acontece ao seu redor. Na verdade, sua simples presença já muda a realidade.
O seu olhar modifica a paisagem porque ela é expressão da sua compreensão no Universo que a provoca. Entretanto, a realidade não é composta somente a partir do seu olhar; mas, sim, do movimento interpessoal de todos os olhares.

Você é uma das peças que compõe a construção do todo. Nenhuma delas pode faltar. Nenhum detalhe é  deixado de lado na arquitetura da existência. Se isto acontecesse, o Universo não seria o que é. Assim, não despreze a seriedade de sua participação no que pensa não ser problema seu.
Tudo é responsabilidade de todos!
Transportando este pensamento para a minha maneira de contar histórias, escrevi “Do meu jeito: contos, reflexões e poemas”.
Na verdade, trata-se de uma coletânea de várias fases. O livro contém diversas histórias e não foram escritas pensando em um único livro. A ideia de juntar todas elas veio com a pergunta que dá início a este texto.
Nele, há meu primeiro poema: “A pedra”. Eu era bem jovem quando o escrevi e relê-lo me traz um sabor especial. É claro que não o leio mais com os mesmos olhos de quando o escrevi. A vida não nos deixa pensar da mesma forma em relação a muitas coisas. Talvez, um dos dons do tempo é a transformação. Pode demorar, mas ele sempre modifica as coisas. E é preciso percebermos estas mudanças. Ou vemos, ou deixamos o melhor de nossa vida passar: somos sempre as mesmas pessoas nas diferenças que nos tornamos em nossa alma.
Sim, isto é um paradoxo: eu sou eu enquanto me percebo sendo. Mas, já não sou o mesmo que fui antes do eu" que sou.
Há também um pequeno poema que gosto muito. Ele é bem simples. Talvez seja a simplicidade dele que mais me alegra.
Ainda me lembro de quando ele surgiu. Estava andando de carro e vi na estrada uma queimada. Havia uma árvore pegando fogo. Então, pensei na teimosia da natureza em se consertar. A teimosia da não desistência. Muito tempo depois, passei pela mesma estrada e a árvore estava lá: parte dela estava verde e havia flores vermelhas. Foi aí que me perguntei: “Que teimosia é esta?”
Em resposta, escrevi “A árvore”.
Vou transcrevê-lo para você. Antes, quero lhe propor um exercício. Primeiro leia como se a árvore fosse realmente o que é, uma árvore. Depois, releia e imagine-a como a natureza. E, por fim, uma nova leitura transformando-a em “a nossa capacidade de transformação”.
Espero que você goste e descubra quem realmente é esta árvore.
Por detrás das palavras simples, sempre há verdades...


A árvore

A árvore não reclama a poda,
Brota.
Não reclama o corte,
Insiste...
Se deixarmos o toco,
Abrolha.
Não reclama o fogo,
Queima.
Se carvão,
Aquece...
Não reclama a morte,
Quando na cadeira de madeira
Descansamos nossa sorte.

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