quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Qual o papel da dor em nossa vida?

Em um dos artigos anteriores, comentei que todos os meus livros surgiram a partir de uma pergunta.
Foi assim com cada um deles.
Em “A culpa de Francisco”, a interrogação que originou a história é: “Qual o papel da dor em nossa vida?”.

Não é fácil falar a respeito dela. Não é um assunto tranquilo. Principalmente porque ninguém é capaz de sentir a dor do outro.
Não dá para medirmos o quanto alguém está sofrendo.
Mas é possível, na literatura, colocarmos o leitor dentro dos sentimentos da outra pessoa. Foi isto que fiz com a história de Francisco. Trabalhei o texto para que o leitor pudesse entrar e experimentar o improvável.
A primeira coisa foi esvaziar o personagem enquanto manifestação própria. Apesar de Francisco ser o protagonista da história, ele não se manifesta diretamente.
Você já leu um livro onde o personagem principal fica à margem de sua ação dentro da história? 
Você não vai vê-lo se expressar uma única vez. Entretanto, conseguirá sentir as emoções que o rodeia.
Este esvaziamento proposital faz com que criemos a nossa própria percepção de quem é Francisco, e, neste envolvimento, construirmos o sentimento que abraça o drama que o envolve.
Em segundo lugar, foi preciso criar personagens secundários marcantes e fortes, gerando o valor que não os deixaram relegados ao segundo plano.
Você vai perceber e construir o entendimento de Francisco através deles: do compartilhamento de suas emoções; das tentativas que fazem para compreender o que realmente estava acontecendo.
Além da dor, a história fala da solidariedade, amizade, presença e do amor. Pois, quando somos solidários, damos alento e quando somos presença, ajudamos na difícil tarefa da transformação: porque a dor transforma.
A vida não é um lugar comum. Os fatos que nos envolvem podem ser comuns, mas a relação do sentimento com eles não é. Cada um de nós experimenta a vida a partir do seu olhar que é único dentro da sua própria construção.
“Aculpa de Francisco” é uma reflexão e não uma apologia à dor, à tristeza, à mentira. Os momentos difíceis existem. Eles precisam ser enfrentados. O forte não é aquele que não cai, mas aquele que reconhece a fraqueza que o derrubou.
Enfim, esta história vai provocar o leitor na difícil tarefa do encontro com o inesperado e suas consequências...

Formato 14 x 21
215 páginas

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