Em
um dos artigos anteriores, comentei que todos os meus livros surgiram a partir
de uma pergunta.
Foi
assim com cada um deles.
Em “A culpa de Francisco”, a interrogação que originou a história é: “Qual o papel da dor em nossa vida?”.

Não dá para medirmos o quanto
alguém está sofrendo.
Mas
é possível, na literatura, colocarmos o leitor dentro dos sentimentos da outra
pessoa. Foi isto que fiz com a história de Francisco. Trabalhei o texto para
que o leitor pudesse entrar e experimentar o improvável.
A
primeira coisa foi esvaziar o personagem enquanto manifestação própria. Apesar
de Francisco
ser o protagonista da história, ele não se manifesta diretamente.
Você
já leu um livro onde o personagem principal fica à margem de sua ação dentro da
história?
Você não vai vê-lo se expressar uma única vez. Entretanto,
conseguirá sentir as emoções que o rodeia.
Este
esvaziamento proposital faz com que criemos a nossa própria percepção de quem é
Francisco, e, neste envolvimento, construirmos o sentimento que abraça o drama que
o envolve.
Em
segundo lugar, foi preciso criar personagens secundários marcantes e fortes,
gerando o valor que não os deixaram relegados ao segundo plano.
Você
vai perceber e construir o entendimento de Francisco através deles: do
compartilhamento de suas emoções; das tentativas que fazem para compreender o
que realmente estava acontecendo.
Além
da dor, a história fala da solidariedade, amizade, presença e do amor. Pois,
quando somos solidários, damos alento e quando somos presença, ajudamos na difícil
tarefa da transformação: porque a dor transforma.
A
vida não é um lugar comum. Os fatos que nos envolvem podem ser comuns, mas a
relação do sentimento com eles não é. Cada um de nós experimenta a vida a
partir do seu olhar que é único dentro da sua própria construção.
“Aculpa de Francisco” é uma reflexão e não uma apologia à dor, à tristeza, à
mentira. Os momentos difíceis existem. Eles precisam ser enfrentados. O forte
não é aquele que não cai, mas aquele que reconhece a fraqueza que o derrubou.
Enfim,
esta história vai provocar o leitor na difícil tarefa do encontro com o
inesperado e suas consequências...
Formato 14 x 21
Formato 14 x 21
215 páginas
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