Algo não me deixa acreditar que o
destino tenha a prerrogativa de traçar nosso caminho. Acredito mais nas
perguntas como formadoras de possibilidades. Elas têm a capacidade de provocar
a atitude, a mudança.
O destino não colocou você nesta
vida, não foi ele quem criou os motivos de sua existência! Foram as escolhas:
Respostas às perguntas colocadas diante de pessoas que não se negaram a assumir
os compromissos de origem e manutenção da vida.
As dúvidas são normais. E, muitas
vezes, se não aparecerem, podem ser sinais de estagnação. Assim, não devemos
nos preocupar quando surgirem. Elas demonstram que vamos mudar de patamar, ou
nos mostram que precisamos exercitar nossa competência de resolução.
No meu conto “Uma única pergunta”,
Raimundo é um homem que trabalha a terra e está envolto com problemas que
exigem respostas pontuais. Muitas outras pessoas à sua volta também estão com
dúvidas existenciais que as levaram à degradação.
Em uma noite tranquila, no início
do descanso, surge um homem tranquilo e sorridente que conversa com aqueles
que traziam uma doença de alma.
Doença no sentido do algo que nos
tira de nossa centralidade.
Após conversar com as pessoas, o
homem das matas faz uma pergunta que muda completamente a vida de quem a ouve.
As pessoas já não serão as mesmas a partir dela.
Nosso amigo Raimundo também se
encontrará com ele; ouvirá a pergunta e a resposta será sua nova compreensão e
entendimento do ver e sentir o seu derredor.
Como todos nós, Raimundo se mostrará
resistente; porque é de nossa natureza queremos manter o comum: aquilo a que
estamos acostumados a lidar.
O diferente é uma complicação para o nosso estado de normalidade. Entretanto,
muitas vezes, é ele que provocará e nos levará de volta ao centro de equilíbrio
que nos põe em contato com a saúde.
Saúde no sentido de pleno equilíbrio
entre nossa pessoa de carne e osso e o nosso espírito de luz.
Qual era a pergunta do homem das
matas?
Que respostas eram dadas?
Quais são as perguntas que você
precisa ouvir e responder para que sua alma possa repousar no mar tranquilo de
sua centralidade?
Gostaria de poder lhe fazer uma única pergunta e
transformar sua existência, entretanto, isto é uma pretensão que não me cabe.
Mesmo assim, na minha teimosia, deixarei meu conto para entretê-lo em busca das
respostas encontradas por Raimundo; quem sabe você também não aprenda a ouvir o
vento sussurrando aos seus ouvidos os segredos que conta às folhas no sopro
manso de uma brisa...